terça-feira, 6 de dezembro de 2011

À flor da pele

são tantos perguntas...tantos porquês...tanto não sei....
certeza????

talvez uma.
 de que tudo muda. de que devemos mudar sempre. nada permanece igual.
e desta certeza [incerta] nascem todas as minhas alegrias e angústias.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

rotina.

lorelay bove


a rotina mata pouco a pouco.
te incumbe a ser fútil e pensar no óbvio.
se você tem mais [ ou pensa que tem!]
tem menos.
menos para o essencial.
menos para o ócio.
a rotina cansa.
retarda o pensamento.
torna-nos burros-pensantes.
oprime a(s) capacidade(s).
a pressa é a melhor amiga da rotina.
mesmo quando sobra tempo,
essas amigas dominam o pensamento.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Dona Flores e seus dois maridos



Dona Flores e seus dois maridos caminhavam de braços dados pelas ruas frias da cidade, o frio como cenário não os afetava pois os abraços acalentavam seus corpos...Ela não esperava [tanto!] recebeu de presente, dois maridos, cúmplices, amigos e amantes. 
Sem pretensões de amar, ali havia um pacote cheio de paixão, carinho e de amor. E não era aquele amor convencional por um ou por outro...era só amor do[e]mais espontâneo!
Quem os visse enxergaria a alegria e o prazer que era compartilhar...
a cumplicidade era [muito] bem vinda! já o mau olhado e a ignorância eles dispensavam!
Por não pedir nada. Só havia mais vontade de se dar!
Por não haver regras. Só havia a brincadeira de romper as que teimam em existir!
A liberdade é o laço que os prendem.. 
e assim caminham entre encontros e desencontros. sem nóia. sem rumo.
Dona Flores e seus dois maridos se lambuzam, se misturam e assim são um.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

os pingo da chuva!



[a chuva que cai impede de ver o que vem adiante]


As gotas caem. Ela sentada no ônibus admira o espetáculo. E num ímpeto desejo coloca as mãos para fora da janela. 
Consegue sentir a chuva nas pontas dos dedos.
[passa uma gota entre os lábios]
- É úmida...doce e a música...é serena!
A garoa insiste e a tempestade invade os céus já tingidos de cinza.
[sai do ônibus]
Não são mais as pontas dos dedos. Mãos, pés...todo o corpo na dança do guarda-chuva, saltitando entre poças, desviando de carros velozes...
- É rock'n roll...não dá pra fugir!


[na tempestade. prefiro ser espectadora]





terça-feira, 15 de novembro de 2011

triste.

a tristeza é coisa rara.
quando vem te consome por inteiro.
por todos os poros.
por todos os órgãos.
tudo dói.
aquele nó na garganta que só vai embora quando a primeira lágrima cai, e, depois da primeira vem tantas outras...
e...vem a lembrança daquela tristeza...[que por engano parecia esquecida].mas estava ali. inerte. esperando a próxima lágrima.


elas cairão...como rios que correm em uma única direção. 
o oceano de lágrimas salgadas.
lá chegando. é o encontro derradeiro...


...o abraço verdadeiro que cura. o afago e o carinho que tanto se necessita.
tudo passa.


é preciso chorar para sorrir...

humilde(mente).

Às vezes penso na humildade     e        no ego.


abrir-se para compartilhar      e    escancarar-se para se gabar.


no elogio ao outro              e    no auto-elogio.


no dividir                      e    no querer mais[por direito!]


ficar em silêncio               e    achar que tá fazendo o melhor     [para quem??]


sentir amor                     e    sentir poder.
fazer amor                      e    fazer sexo.
aprender                        e    ensinar [o que não sabe!]
ouvir                           e    falar






.silêncio.




de que lado você está???????

domingo, 13 de novembro de 2011

os olhos dele...


Na calada da noite, a lua cheia [esplêndida] reflete nos olhos daquele que sabe dar amor.
A beleza daqueles olhos estava lá para quem quisesse ver.
Os de coração puro. (e nem tão puros assim!)
Os hedonistas nas horas vagas. E filósofos do cotidiano.
Os sábios amantes.(que só o são porque não sabem absolutamente nada)
Aqueles,puderam ver a beleza dos seus olhos, com seu quê de mistério, ao mesmo tempo, gritar ao mundo à que veio.[com seu quê de malandro,e, de gatinho manhoso]
E, mais além mergulhando lá dentro, alguns conheciam seu coração. Multicolorido. Gigante. Havia espaço para todos, e não era um espaço qualquer.
Um lugar especial, amplo e lá tinha tudo o que era preciso para sentir-se em casa. Se deleitar.
[Era preciso compartilhar, a vontade era (tanta!) de abraçar todas as cores que continha naquele coração...]
Ela mergulhou, não tão fundo, mas foi o suficiente para que os olhos dela brilhassem ao ver aqueles olhos.
E o coração, inflar...rechear-se de todas as cores [como bexigas em festinhas de criança] quando os olhos dele regalam amor.
Quando aqueles olhos vivos e dispostos se encontram com os meus, ou com os dela...ou com aquele ou com aquela...
(11.11.11)

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

falatório.


céu límpido.não há nuvens.o sol brilha
o asfalto queima.
em meio ao ruído dos motores falantes.a natureza se esforça para ser percebida.em vão.os motores falam mais alto.
[pra que?]
-quero chegar antes?!?
[por quê?!?]
-tá(ô)atrasado!!!
o que é realmente notável.o que move a alma.
a preguiça e o descaso corrompem.
a imaginação é fértil,vulgar e ilusória.
[vulgo: vamos sair daqui!
qualquer merda vale!]
enquanto roncam os motores( parados. em ponto morto. )
aí estamos imaginando o que poderíamos "estar fazendo" se ...
(buzina!)
-porra sai da frente!
e tudo vai por água abaixo. do cérebro ao estômago.
e ali permanecem.
pensamentos não digeridos. causam paranóia meu amigo.
É a mente é perigosa.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

na rua...

Sua casa cabia num carrinho de supermercado, esperava na faixa para continuar seu caminho...os seus companheiros estavam ao lado.A rainha da casa no colchão reinava.
Ela viu um homem feliz na solidão insuportável das ruas.

Os cães são literalmente os melhores amigos dos homens.

E, desse amor?


Foi como num conto de fadas, contemporâneo , diria ela.
Houvera verdadeiramente um príncipe (de Astúrias!)e uma plebéia (que de plebéia não restara muito).
O príncipe chegara a bordo de seu cavalo de sonhos, cheio de frescor, com idéias intermináveis.
Ela o avistou do outro lado do salão, o príncipe não tirava os olhos daquela plebéia. Antes que o principe pegara em suas mãos, não havia interesse, pois ela até então só havia visto uma imagem borrosa.
E houve aquele momento, o principe colocou suas mãos sobre as da plebéia, a olhou profundamente nos olhos, ela , a partir daquele momento se tornou princesa, se tornou rainha, e as mãos estiveram entrelaçadas, não puderam mais soltar-se, e só haviam os dois.
O amor surgira, os sonhos cresciam...
Viveram aventuras inimagináveis a muitos mortais. Construiram lares em recônditos especiais. Viveram momentos de amor que somente eles podem testemunhar.
Ajudaram e receberam ajuda...ensinaram...aprenderam.
Conheciam o desconhecido juntos.
E, assim , viveram uma vida inteira juntos desde o nascimento do amor até a morte, porque nos contos de fadas contemporâneos nada é para sempre.
"Mas que seja eterno enquanto dure".
E, mas que a morte até o renacimento do amor, porque já não sabemos mais onde essa história termina.
 O amor é infinito.
A história sem fim do
Principe Gota de chuva dançarina
e, agora, Princesa Semente que dança na terra...
(25.08.11)

domingo, 6 de novembro de 2011

E, se foi!


Ela chegando para simplesmente fechar os olhos e sentir seu corpo flutuar...
Deslizar seus pés, nos braços de quem a chamasse...sentiu um balde de água fria cair por todo seu corpo.
O garoto dos seus sonhos, só aquele podia levar-la a lugares bem distantes dali..sua dança...seus passos...olhares..sorrisos e suspiros, aquele garoto que enfeitiçara todos os sentidos dela.
Arrancou, tirou de lá de dentro tudo o que havia dado.
Ela via como num espelho, nítido espelho, lá havia amor maior, mais furor, quase desmedido, e ela, queria estar ali, observar. absorver . o que já não a pertencia mais.
E ele, dava de presente a outra garota, sorte daquela que pode ter os carinhos do garoto dos sonhos.
Ela que outrora estava enfeitiçada, agora não esta mais, viu com os próprios olhos, que ela não era a única (e porque deveria?), que aqueles gestos não eram só para ela.
E o garoto dos sonhos se tornou um garoto comum.
E, tentou naquela noite encontrar alguém que a levasse como aquele garoto um dia a levou, mas sabia que não ia encontrar.
Aquele garoto que se tornou comum aos olhos dela, não deixou de ser único...no corpo e no coração.

(04.07.11)

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Sobre o amor...

Me ensinaram que o amor só poderia existir se um pertencesse ao outro. (diante de alguém que se diz testemunha de algo tão imensurável!) ... e  assim fosse até que a morte os separe...


Tudo ao revés aprendi (ainda bem!). 
Nunca(ou quase nunca) esperei que um príncipe em seu cavalo branco fosse aparecer... Apesar de ter vivido incríveis contos. inimagináveis histórias. de um dia. um mês. uma vida (porque realmente não importa)
Aprendi que o amor é livre...solto e leve, e que quando não é assim. simples. não é amor...
(compartilhai!)


nada. nem ninguém nos(te)pertence. 


(21.10.11)



Noites Etílicas



Mesas por todos os lados.
Música alta.
Ela não consegue ouvir a própria voz...tenta num esforço sem tamanho, mas a dança da boêmia à consumiu por inteiro.
Copos e garrafas tilintando passeiam de mãos em mãos numa coreografia perfeita. Risadas e gritos ecoam em harmonia.
É preciso ímpeto pois aqui todos e cada um são (estão no) o centro das atenções.
Parem. Me escutem.
- Eu sou melhor que você! - Os reis da noite imploram por um olhar! Entre conversar filosóficas, românticos flertes, ou nem tão românticos assim. A alegre batalha não tem fim.
Retificando.
Quando a bebida acaba.
Quando o coração aperta.


- Todos às suas camas, sofás ou mesmo no chão.


Alguns dormem sozinhos, outros acompanhados e outros tentam em vão se lembrar quando despertam.


As lembranças e a dor de cabeça te acompanham no dia seguinte.


Agora sim.


A batalha acabou.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Janela d'alma


Todas as janelas estão abertas, as portas entreabertas para quem quiser entrar.
A única condição: um afago. um assovio. arrepio. aquela música!
Lá dentro, penetra a brisa fina da primavera que baila por todos os cômodos suavemente...sem pressa.
Odores estonteantes invadem (bem- vindos) o interior daquela casa.
Lá fora, a paisagem convida. insisti. excita. São jardins floridos dos mais coloridos.
Pássaros dançam. brincam. cantam entre os sorrisos das imensas nuvens.

(...o cenário d´alma dela...)

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

mundo das palavras perdidas


Dizer sem dizer.
o que foi dito já se foi.
o que não foi dito onde estará?
eu quero saber das palavras perdidas. do que ficou dentro e não pôde sair.
quero ouvir o grito das palavras que estão loucas para ser ouvidas.
quero ouvir o grito das palavras perdidas.